domingo, 23 de setembro de 2012

Jacaré dedica a festa, linda que foi, da Primavera à Cecília Meireles e vai parar na Índia passando por Catende


                                                              Cecília Meireles


A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.





Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.




Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.



e Júnior ganhou a rifa, Teresa foi para o convento, Maria ficou para tia e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.





e vamos todos p'ra Jeipur passando por Cantende







sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Festa da Primavera do Jacaré amanhã. Até Sol e Lua no espaço sideral virão vestidos de equinócio e com flores


 
 
 22 de setembro de 19 às 23 horas
 
Rua Visconde de Abaeté com Torres Homem
 
Vila Isabel
 
Com Abel  do Cavaco e grupo musical
 
Voz  : Pedro Hugo



Tudo muito pronto para a Festa do Jacaré na Primavera:  

Tudo certo com o espaço sideral e movimento do Sol e da Terra como quis Galileo e como a Asronomia determina: 

O equinócio chegará 
Com o equinócio, a Primavera
Com a Primavera a festa

A Lua já mandou seu Bando para a festa
  
Iluminação por conta do por do Sol e da 
aparição da Lua

 
Traje obrigatório: alegria e de preferência
com roupa colorida e se puder,melhor ainda,
com flores na cabeça
 
É hora de cantar. assim falou Jacaré ao 
plantar uma árvore 
 
 
 Vem é primavera

 
Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti
Porque (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo, meu amor
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Trago esta rosa (para te dar)
Meu amor...
Hoje o céu está tão lindo (sai chuva)
Hoje o céu está tão lindo (sai chuva)

Saudade, Almeida Junior - 1899

Por falar em sol e lua, Noel Rosa canta assim p´ra festa do Jacaré

O dia vem chegando
Vou rezar minha oração
A igreja é a floresta
E o sino é o violão
Por que você me nega
A esmola de um olhar
O sol nasceu pra todos
Também quero aproveitar

Deus, quando inventou o mundo,
Fez o sol e fez a lua
Fez o homem e a mulher
Fez o amor em um segundo
Sou o sol, você é a lua
Seja lá o que Deus quiser!

E você é a triste lua
Que ilumina a minha rua
Onde mora a minha dor
Mas uma lua diferente
Que é do sol independente
Com luz própria e com calor

 
 

sábado, 15 de setembro de 2012

Estrela da Manhã virá dia 22 de setembro com Manuel Bandeira e Lamartine Babo


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Extra, extra:

Festa da Primavera do Eu sou eu, jacaré é bicho d'água

Sábado - 22 de setembro
de 19 às 23

Muito samba choro e muitas roupas coloridas
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O bom navegador, com olhar acurado, mede a altura da estrela ao clarear para ver a linha do horizonte. Bem! Solitário e solidário, é esse navegante.

Eu queria a estrela da manhã
Onde está a estrela da manhã?
Meus amigos meus inimigos
Procurem a estrela da manhã

Ela desapareceu ia nua
Desapareceu com quem?
Procurem por toda à parte

Digam que sou um homem sem orgulho
Um homem que aceita tudo
Que me importa?
Eu quero a estrela da manhã

Três dias e três noite
Fui assassino e suicida
Ladrão, pulha, falsário


Virgem mal-sexuada
Atribuladora dos aflitos
Girafa de duas cabeças
Pecai por todos pecai com todos


Pecai com malandros
Pecai com sargentos
Pecai com fuzileiros navais
Pecai de todas as maneiras
Com os gregos e com os troianos
Com o padre e o sacristão
Com o lepro
so de Pouso Alto

Depois comigo

Te esperarei commafuás novenas cavalhadas 
comerei terra e direi coisas de uma ternura tão simples
Que tu desfalecerás

Procurem por toda à parte
Pura ou degradada até a última baixeza
Eu quero a estrela da manhã.




Assim Jacaré navegador foi buscar a Estrela da Manhã para Manuel, mas vindo de bar em bar e de bordel em bordel, como soe acontecer na terra de Noel.

E a guerra pela estrela mulata da manhã fez-se entre fuzileiros e batalhão naval e entre Lamartine e Bandeira

O teu cabelo não nega, mulata,
Porque és mulata na cor,
Mas como a cor não pega, mulata,
Mulata eu quero o teu amor.
Tens um sabor bem do Brasil;
Tens a alma cor de anil;

 Lan

Mulata, mulatinha, meu amor,
Fui nomeado teu tenente interventor.
Quem te inventou, meu pancadão
Teve uma consagração.
A lua te invejando faz careta,
Porque, mulata tu não és deste planeta.
Quando, meu bem, vieste à Terra,
Portugal declarou guerra.
A concorrência então foi colossal:
Vasco da Gama contra o batalhão naval.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Festa da primavera 22 de setembro, com cantata, errata e complementata


Errata: A jacarense Rosa Maria alerta ao desatento Jacaré que o relógio 
publicado em 10 de setembro é obra de Salvador Dali e não de Di 
Cavalcanti.

"O PRIMEIRO RELÓGIO,NÃO É DE SALVADOR DALI?" Assim falou Rosa Maria.
  
Como errar é humano e Jacaré não o é, então não houve erro. Mesmo assim
o relógio é devolvido a Dali nesse momento solene.
 



 
Complementata: Feito o reparo, é hora de partir para a complementata
enviada pela jacarense Thais sobre a canção de Adriana Calcanhoto,
ontem aqui nessa PRKrádio virtual:
 

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm para quê?
As crianças correm para onde?
Transito entre dois lados de um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo, me mostro
Eu canto pra quem?

 

 Cantata: Para não permitir que humanos, em seu nome, continuem a cometer erros nessa página, Jacaré volta ao banco escolar para levar uma Cantata de Primavera de Rachmaninov





quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Frida Kahlo diz a Jacaré: na festa da primavera as flores no cabelo serão assim com flores de todos os matisses


E Adriana Calcanhoto veio cantar p'ro Jacaré a preparar a festa de 22 setembro  -  a primavera que virá.

Eu ando pelo mundo prestando atenção
Em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo, cores




Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
(quem é ela, quem é ela?)
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle



 Tarsila mandou manacá do Cerrado para enfeitar a festa



e ganhou essa canção na voz de Isaurinha Garcia

Lá de trais daquele morro tem um pé de manacá
Nóis vão casá, e vão prá lá
se qué, se qué
Eu quero te leva, eu quero te agrada
Eu quero me casá e te levá prá lá
se vai, se vai
Eu panho toda fro do pé de manacá
E faço uma coroa para te enfeitá
se qué, se qué

Magritte  mandou dobrar uma árvore só para  trazer  a flor





Matisse,  que  por vezes esteve no Jacaré, enviou essas ...





Nosso Nelson  Sargento, sempre presente,  assim se chegou bem  chegado




Picasso também com flores

O já da casa Di Cavalcanti mais uma vez jacareando e com flores



Van Gogh com essas lindas flores se faz presente


Do Pará, Djanira mandou suas flores de barco como se fosse um Ita de Caymi


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Elis Regina chegou em Marte muito, mas muito antes da Cusiosity

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A festa da Primavera do Jacaré será em 22 de setembro, voce sabia ?

Peparai pois as flores e roupas coloridas.

Mais notícias na próxiam edição.

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Quem não ouviu essa delícia antes da tal Curiosity

Alô, alô, marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque

Tá cada vez mais down o high society
Down, down, down
O high society



Alô, alô, marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down o high society
Down, down, down
O high society

Alô, alô, marciano
A coisa tá ficando ruça
Muita patrulha, muita bagunça
O muro começou a pichar
Tem sempre um aiatolá pra atola Alá
Tá cada vez mais down o high society
Down, down, down
O high society

Daqui da Terra, os jornais em 2012 dizem que a nave Curiosity chegou à Marte e ainda fez seu, dela, auto retrato, olha só:


Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho,
E sei também que ali sozinho,
Eu vou ficar tanto pior
E o que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto e que, no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos,
Que num álbum de retratos








Eu teimo em colecionar
Lá vou eu de novo como um tolo,
Procurar o desconsolo,
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras,
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado,
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado e você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

Ric, Marcelinho, Rachel, Sergio Rosa, Lucilia saúdam Lya Luft, Di e Marx e pedem passagem que a festa da primavera vem aí


Tudo começou assim com Di Cavalcanti

Daí os jacarenses resolveram mexer no tempo, vejai:

O relógio de Ric Feitoza por Lya Luft

Com as perdas, só há um jeito:
perdê-las.
Com os ganhos,
o proveito é saborear cada um
como uma fruta boa da estação.
A  vida, como um pensamento,
corre à frente dos relógios. O ritmo das águas indica o roteiro
e me oferece um papel:
abrir o coração como uma vela
ao vento, ou pagar sempre a conta
já vencida.

tem-se que tirar o enfeiamento sobre essa obra da Cidade Maravilhosa

O relógio de Marcelinho, por Marcelinho

A dor eventual é o preço da vida:
passagem, seguro e pedágio
passagem estreita que beira gente
Seguro de vida ausente
pedaǵio que suga da gente,

Me lanço para a vida de qualquer forma
e me deixo cair num RIO de marolas.


O relógio de Rachel, por Lya Luft

A esperança me chama,
e eu salto a bordo
como se fosse a primeira viagem.
Se não conheço os mapas,
escolho o imprevisto:
qualquer sinal é um bom presságio.

Seja como for, eu vou,
pois quase sempre acredito:
ando de olhos fechados
feito criança brincando de cega.
Mais uma vez saio ferida
ou quase afogada,
mas não desisto.

A dor eventual é o preço da vida:
passagem, seguro e pedágio.




Reloj no marques las horas
Porque voy a enloquecer
Ella se irá para siempre
Cuando amanezca otra vez
Nomás nos queda esta noche
Para vivir nuestro amor
Y tu tic-tac me recuerda
Mi irremediable dolor
Reloj detén tu camino
Porque mi vida se apaga
Ella es la estrella
Que alumbra mi ser
Yo sin su amor no soy nada
Detén el tiempo en tus manos
Haz esta noche perpetua
Para que nunca se vaya de mí
Para que nunca amanezca





A síntese, por Lucília :

queremostodosquemarceloregistretodososregistrosvamosemfrente