sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Jacaré não tem qualquer compromisso com a verdade porque acredita no amor

Isso mesmo, fora os eventos, tudo aqui pode ser vento pois sem mentir não há amor e, entre o amor e a verdade, Jacaré ama e mente

O teu amor é uma mentira
Que a minha vaidade quer
E o meu, poesia de cego
Você não pode ver




Faça-se uma mentirinha doce como a aí de cima, convide-se a amada para a cozinha e diga segredos de liquidificador que verdades não serão

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor




e se isso acontecer, é importante que seja verdade o segredo ? Claro que é mentira pois segredo não se conta, e se se contou, então não é segredo é mentira. Senão vejamos:

Reinvenção - Cecilia Meireles

Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.

Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.



Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.

Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.

Porque a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.

Polêmico, Noel pergunta "Pra que mentir?" se tu sabes que te quero se não tens a malícia de toda mulher

Verdades


A ida jacarense ao Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, a visitar Oswald de Andrade, está confirmada para o último fim de semana de novembro, numa missão precursora para a Bienal da Arte de 2012.



à noite, sob a direção da jacarense Sônia Saouza, serão comidos sanduiches de pernil no Bar do Estadão, na Consolação

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Jacaré, Oswald e Mário de Andrade organizam o movimento em Wall Srtreet

O modernismo se entende e se estende pois dia 26 Jacaré citou a ida a São Paulo para, todos já sabem porque, a paulicéia desvairada com Mário de Andrade. Como resposta, em 27 de setembro, Oswald de Andrade invadiu o Museu da Língua Portuguesa na Praça da Luz para uma exposição das Quatro Gares a Serafim Ponte Grande.

Do Lírio do Inferno

Deu no jonal que a exposiçaõ recorre a uma correspondência analógica, a do sambódromo, começando com as quatro gares da vida, passando pelo carrossel amoroso e chegando à apoteose com sua afirmação da antropofagia cultural. Por esse carrossel passou Isadora Duncan que dançou "quase nua" para ele em Osasco.

do livro dos seres imaginários

No armário do meu quarto escondo de tempo e traça meu vestido estampado em fundo preto.
É de seda macia desenhada em campânulas vermelhas à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito, meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda. (Adélia Prado)


Uma mais loucura modernista só poderia dar mesmo numa bela manifestações dos jovens americanos em Wall Street contra o sistema financeiro - você sabe o que é caviar?, e as guerras que os governos ameicanos patrocinam e trucidam...



e o mundo mudou a partir de 1968 com jovens nas ruas



Era um garoto

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Mais Cosme e Damião, mais erê que vieram para ontem e aqui ficaram

A amiga Tatiana lembra da Falange do Erê com Zeca Pagodinho e Jacaré canta o ponto



Só quem acredita vê
Que essa vida é um doce
Mesmo se não fosse
Eu seria assim
Sou menino brincalhão
Encontrei a chance
Bem ao meu alcance
E agarrei pra mim

(Eu dou)

Viva Cosme e Damião, doum (doum)
Viva Cosme e Damião
Viva Cosme e Damião
O que importa é que a gente miúda
Me trouxe ajuda quando precisei
E o que prego nas minhas andanças
Que só as crianças me ditam a lei
E assim me sinto protegido
Ungido com a viscosidade da fé
Sua bênção é a presença imensa
Que vença com a crença quem tem seu axé

(Eu dou)


Da vida tão amargurada
Essa gurizada me fez renascer
E hoje sou cobra criada
Salve a ibejada Falange de Erê
Vinte e sete de setembro
Eu sempre me lembro, não esqueço de dar
Cocada, paçoca, suspiro, pipoca
Bolo, bala, bola, cuscuz e manjar

E Jacaré chama Martinho para um ponto cantar


O sino da Igrejinha
Faz belém blem blam
Deu meia-noite
O galo já cantou
Seu tranca rua
Que é dono da gira
Oi corre gira
Que ogum mandou
...
Vestimenta de caboclo
É samambaia
É samambaia, é samambaia
Saia caboclo
Não me atrapalha
Saia do meio
Da samambaia




Martinho, pai de Tunico Ferreira, é a estampa do bilhete da Loteria Federal para 1 de outubro próximo e quem quiser fazer uma fezinha jacaré é Grupo 15 nas dezenas 57, 58, 59 e 60





e o jongo vem chegando forte com o grupo da Serrinha

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Salve São Cosme e Damião : Está chuvendo no Rio e vamos p'ra entradeira primavera em São Paulo

Salve São Cosme e Damião e Jacaré está com as crianças de todas ou nenhuma religião de todo o mundo



Em meio às flores, chuvendo cariocamente, a nação jacaernse já inventou a expedição precursora a São Paulo, onde poderá até estar chovendo, para observar no campo como deverá ser o Jacaré na Bienal com Arthur Bipso do Rosário na primavera de 2012.



e aonde Jacaré vai a música de Noel é levada e sobre São Paulo, Noel, que nos consta, fez A melhor do planeta


Tu pensas que tu é que és
A melhor mulher do planeta
Mas eu é que vou fazer
Tudo o que te der na veneta.

Tu foste marcar dois por quatro
Batendo teus pés lá no chão do teatro
Não entendo a opereta
Fizeste a careta
Pior do planeta.

Tu foste dançar par constante
Num baile de um clube da liga barbante¹
Tu abafaste a orquetra
Dizendo: "Sou mestra..."
Pior pro Palestra!


e também no Feitiço da Vila

Lá, em Vila Isabel,
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba.
São Paulo dá café,
Minas dá leite,
E a Vila Isabel dá samba.


A ideia é aproveitar novembro para uma entradeira com ida aos bares selecionados da paulicéia desvairada com Mário de Andrade de anfitrião e Berg de petisqueiro …. Quem quiser se inscrever é só.... até o prazo que vencerá em outubro

"Diz o petisqueiro : E à noite tem bisteca com osso no sujinho da consolação... ai papai, minha dieta..."


INSPIRAÇÃO

São Paulo! comoção da minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original...
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e Ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paria... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!
São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América!

em matéria de desvario Jacaré, modéstia à parte, é bamba pois chuveram reclamações dizendo que a pintura de Rembrandt com Homero não o traz, Rembrandt, com a mão sobre a cabeça de Homero e sim, o da mão é Aristóteles


Ora contestou Jacaré desvairado: só porque a imagem se parece com Aristóteles, será ele o personagem? Ninguém garante isso pois pode-se imaginar que o pintor encenou aquela peça... e de verdade tudo ali é Rembrandt pois se alguém pinta um outro alguém, aquele alguém não se torna esse, nem na multidão

e tem mais a pintura acima é …. do artista Rafael com Platão com a mão para cima e Aristóteles para baixo sobre a qual especula-se que houve a derivação


salve a imaginação, assim falou Jacaré

domingo, 25 de setembro de 2011

Jacare, na Assembléia Geral da ONU, votou pela Primavera Palestina

e votou consciente pelo reconhecimento do Estado Palestino numa missão de paz com o povo de Israel ... os povos são maiores que os governos, assim falou Jacaré... na ONU



Dando prosseguimento às equinócias comemorações vai aqui a mensagem poética do jacarense Ivan Mobílio:

Primavera Submersa, que habita o meu interior
e enche m'alma de paz.
Feliz primavera para todos ! Viva !!!


Rambrandt com a mão sobre a cabeça de Homero cego foi intercepitado, pelo Jacaré, numa carta de Nise da Silveira a Espinosa... e voces vão saber por que



porque haverá de ser feito no Jacaré um samba enredo com a peleja de Álvaro de Campos com Espinosa que se valeu de Nise da Silveira para pintar cavalinhos com Manuel Bandeira que não sabe dançar

Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu já tomei tristeza, hoje tomo alegria.
Tenho todos os motivos menos um de ser triste.
Mas o cálculo das probabilidades é uma pilhéria...
Abaixo Amiel!
E nunca lerei o diário de Maria Bashkirtseff.

Sim, já perdi pai, mãe, irmãos.
Perdi a saúde também.
É por isso que eu sinto como ninguém o ritmo do jazz-band.

Uns tomam éter, outros cocaína.
Eu tomo alegria!
Eis aí por que vim assistir a este baile de terça-feira gorda.

Mistura muito excelente de chás...

Esta foi açafata...

- Não, foi arrumadeira.
E está dançando com o ex- prefeito municipal:
Tão Brasil!

De fato este salão de sangues misturados parece o Brasil...
Há até a fração incipiente amarela
Na figura de um japonês.
O japonês também dança maxixe:
Acugêlê banzai!



A filha do usineiro de Campos
Olha com repugnância
Pra crioula imoral.
No entanto o que faz a indecência da outra
É dengue nos olhos maravilhosos da moça.
E aquele cair de ombros...
Mas ela não sabe...
Tão Brasil!

Ninguém se lembra de política...
Nem dos oito mil quilômetros de costa...
O algodão de Seridó é o melhor do mundo?... Que me
[importa?
Não há malária nem moléstia de Chagas nem ancilós-
[tomos.

A sereia sibila e o ganzá do jazz-band batuca.
Eu tomo alegria!

Manuel Bandeira

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Primavera da insuspeitada alegria sem mistificação

Jacaré acordou na primavera com a notícia que a luz envelheceu pois não tem mais aquela velocidade e o peso da idade lhe fez perder a vez para o neutrino que espera seja do bem como os cronópios. A velha luz segue seu caminho e um amigo do Jacaré, Carlinhos Cecconi, lá de São Paulo trouxe assim a notícia:



"Olá

Nesse início de primavera no hemisfério sul, fomos surpreendidos por uma notícia vinda lá do início do outono do hemisfério norte: cientistas do CERN dizem ter encontrado neutrinos se movendo mais rápido que a velocidade da luz. Surpreendente! Einstein afirmava que nada no universo pode ser mais rápido que a luz. Até hoje. Ou melhor, até a inventiva e criativa mente humana de descobrir o ainda não descoberto.

Não sei o que é um neutrino. Nunca fui apresentado a estas partículas
elementares de matéria ou energia. E agora, dada a largada, até a
próxima descoberta e reformuladas as relatividades, não arriscaria uma
aposta nesse dérbi científico quântico.

Corridas à parte, ainda estou em outra trilha. Apesar das velocidades
das partículas e da luz, ainda sou muito vagaroso para olhar dentro e
observar o que posso (e devo) melhorar, lançar luzes no meu caminho de autoconhecimento. Ainda.

O HOMEM; AS VIAGENS
Carlos Drummond de Andrade


O homem, bicho da terra tão pequeno
Chateia-se na terra
Lugar de muita miséria e pouca diversão,
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
Toca para a lua
Desce cauteloso na lua
Pisa na lua
Planta bandeirola na lua
Experimenta a lua
Coloniza a lua
Civiliza a lua
Humaniza a lua.


Lua humanizada: tão igual à terra.
O homem chateia-se na lua.
Vamos para marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em marte
Pisa em marte
Experimenta
Coloniza
Civiliza
Humaniza marte com engenho e arte.



Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
Sofisticado e dócil.
Vamos a vênus.
O homem põe o pé em vênus,
Vê o visto - é isto?
Idem
Idem
Idem.

O homem funde a cuca se não for a júpiter
Proclamar justiça junto com injustiça
Repetir a fossa
Repetir o inquieto
Repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira terra-a-terra.
O homem chega ao sol ou dá uma volta
Só para tever?
Não-vê que ele inventa
Roupa insiderável de viver no sol.
Põe o pé e:
Mas que chato é o sol, falso touro
Espanhol domado.


Restam outros sistemas fora
Do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
Só resta ao homem
(estará equipado?)
A dificílima dangerosíssima viagem
De si a si mesmo:
Pôr o pé no chão
Do seu coração
Experimentar
Colonizar
Civilizar
Humanizar
O homem
Descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
A perene, insuspeitada alegria
De con-viver.


Outro amigo do Jacaré assim falou:
Além do mais, é preciso ter ombros fortes e flexíveis

e batidas de neutrino darão explosão neutrinuclear ou um novo drink?



Os Ombros Suportam o Mundo

Carlos Drummond de Andrade


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.


Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.



Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.



gran finale:


Tenho um enfeite verde de cabelo, um dia andando na rua uma borboleta pousou nele, coisas da primavera.

Essa estação estimula a sensorialidade e com isso, como bem observou Espinosa, a compreensão das paixões humanas, antes de ridicularizá-las, lamentá-las ou detestá-las.

É tão bom viver, ler Hilda Hilst, Herman Hesse e todos os escritores do mundo, inclusive os quase desconhecidos!

Leila Sales

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Primavera dos todos outros virá amanhã

Outras primaveras estão chegando e até a do equinócio chegará precedida por versos de Rachel e Hilda Hist nos PRELÚDIOS-INTENSOS PARA OS DESMEMORIADOS DO AMOR.

Toma-me. A tua boca de linho sobre a minha boca
Austera. Toma-me AGORA, ANTES
Antes que a carnadura se desfaça em sangue, antes
Da morte, amor, da minha morte, toma-me
Crava a tua mão, respira meu sopro, deglute
Em cadência minha escura agonia.

Tempo do corpo este tempo, da fome
Do de dentro. Corpo se conhecendo, lento,
Um sol de diamante alimentando o ventre,
O leite da tua carne, a minha
Fugidia.
E sobre nós este tempo futuro urdindo
Urdindo a grande teia. Sobre nós a vida
A vida se derramando. Cíclica. Escorrendo.



Te descobres vivo sob um jogo novo.
Te ordenas. E eu deliquescida: amor, amor,
Antes do muro, antes da terra, devo
Devo gritar a minha palavra, uma encantada
Ilharga
Na cálida textura de um rochedo. Devo gritar
Digo para mim mesma. Mas ao teu lado me estendo
Imensa. De púrpura. De prata. De delicadeza.

Tateio. A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.

Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.

Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio. Passeia
Sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.
(...)

Primavera também veio aqui com João Guerreiro e MARIA DO ROSÁRIO PEDREIRA, in NENHUM NOME DEPOIS ( Gótica, 2ª. Ed., 2005)

DIZ-ME O TEU NOME

Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa. Escreve-o na minha mão

com os teus dedos - como as poeiras se
escrevem, irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o lençol da neve com os
sinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,



como a levares as palavras de um livro para
dentro de outro - assim conquista o vento
o tímpano das grutas e entra o bafo do verão
na casa fria. E, antes de partires, pousa-o

nos meus lábios devagar: é um poema
açucarado que se derrete na boca e arde
como a primeira menta da infância.

Ninguém esquece um corpo que teve
nos braços um segundo - um nome sim.

Ontem, no dia da árvore, Jacaré encontrou um amigo matemático e disse que queria visitar uma árvore e esse amigo passou o telefone de Huffman que convenceu Jacaré a entrar num algoritmo do qual só saiu hoje com ajuda de Herman Hesse e um lobo, talvez o mesmo da poesia gótica

domingo, 18 de setembro de 2011

Jacaré convida para Bienal de Arte 2012 com Arthur Bispo do Rosário

Bispo do Rosário

A primavera vem chegando, depois de autorizada pela festa, com Secos e molhados e Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), marinheiro que foi interno na Colônia Juliano Moreira, que será um dos artistas centrais da 30ª Bienal de São Paulo, em 2012.

Então, como diz a paulicéia desvairada, Jacaré convida o povo de Vila Isabel para preparar a excursão com muita loucura e arte.




Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
inventa contra a mola que resiste

Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade decepado
Entre os dentes segura a primavera.

Sir Peter Thomas Blake
It was twenty years ago today
Sergeant Pepper taught the band to play,
They've been going in and out of style,
But they're guaranteed to raise a smile,
So may I introduce to you,
The act you've known for all these years,
Sergeant Pepper's Lonely Hearts Club Band.

Emygdio - Museu do Inconsciente


Esta Espécie de Loucura
Que é pouco chamar talento
E que brilha em mim, na escura
Confusão do pensamento,

Não me traz felicidade;
Porque, enfim, sempre haverá
Sol ou sombra na cidade.
Mas em mim não sei o que há
"Fernando Pessoa"



E por falar em loucura, Jacaré convida para a audição de Odeon de Ernesto Nazareth


Chora bastante, meu chorinho
Teu chorinho de saudade
Diz ao Bandolim pra não tocar tão lindo assim
Porque parece até maldade
Ai meu chorinho, eu só queria
Transformar em realidade a poesia
Ai que lindo, ai que triste, ai que bom
De um chorinho chamado Odeon

Vem, é primavera... trago essa rosa da festa que aconteceu

Noel, de roupa nova florida, saiu da festa sorrindo pela alegria que rolou e pela cirurgia plástica com todo sucesso, liderada pela Ilma e acompanhada por Luciene, Paulo e Ivanildo



Dos bares, Jacaré reconhece a dedicação de Rosângela, bar do Costa, e aqui traz seu seu sorriso:

Esse Noel nunca teve um inimigo, fuma liberty ovais e ovacionado é

"Hoje é sábado, amanhã, é domingo, o amanhã não gosta de ver ninguém bem", recitando assim Vinícius, Tânia, Ilma e Luciene curtem a sensação fantásitca da primeira cirurgia plástica

voilà


A turma do Larga a Onça, Alfredo! abrilhantou a efeméride, sendo recebida por Berg e Paulo
Aldo e e Sergio Rosa com Luiz
e o dueto Sheila e Luciano deixa cair numa canção p'ra ela para lançar no espaço sideral tal qual um iêiêiê romântico num disco voador

lá pelas tantas o tempo embaçou e a Diretoria entrou em ação imperativamente: sol não vem agora porque as morenas vão logo embora e tem babaca que diz Noel Rosa ser racista

e as morenas não foram embora desde Lurdinha e Sônia Pardal


Ouvindo Cole Porter, Adriana
, paixão de Picasso, que fugiu com Hemingway para a África, foi vista na festa,talvez trazida por Adamastor que assim fica com Thetis, Luz del Fuego e Adriana

antes da orquestra terminar, alguns tramadores da festa foram ao sábado de manhã tomar uma saideira numa tremenda lenmiscata

sábado, 17 de setembro de 2011

Se for falar da primavera hoje eu não vou terminar . A festa é hoje, aujourd'hui today hoy oggi

Sandro Botticelli (1478) 'La Primavera'
A página de hoje, dia da festa da primavera, com sol da Vila e maritacas, vem com contribuições jacarenses de toda parte do mundo. Do Irã, com Omar Khayyam, trazido aqui, é sempre bom lembrar, por Cecília Meireles

imóvel o meu pensamento.
Onde estás, tu que me ofereceste a taça?
Hoje caiu a primeira pétala.
Eu sei, uma rosa não murcha
perto de quem tu agora sacias a sede;
mas sentes a falta do prazer que eu soube te dar,
e que te fez desfalecer.

Acorda... e olha como o sol em seu regresso
vai apagando as estrelas do campo da noite;
do mesmo modo ele vai desvanecer
as grandes luzes da soberba torre do Sultão.


Da Argentina, a jacarense Márcia trouxe Mafalda com as flores e música da primavera


Do Estácio e da Bahia, o jacarense João Guerreiro lembra o capitão Lamarca que em 17 de setembro de 1971 tombou vítima dos tiros da didatura e dizia: "Ousar lutar, ousar vencer"!Lamarca! - presente

Do mundo da música e da poesia, a jacarense Leila Sales colou essa com esparadrapo retirado do doce de coco com Samba do Amor e Ódio para Adamastor, Thetis e Luz del Fuego.

Não há abrigo contra o mal
Nem sequer a ilha idílica na qual
A mulher e o homem vivam afinal
Qual se quer
Tão só de amor num canto qualquer.
Erra quem sonha com a paz
Mas sem a guerra
O céu existe pois existe a terra
Assim também nessa vida real
Não há o bem sem o mal.

Do Zodíaco, a jacarense Tânia traz as energias do equinócio da primavera pela astrologia de Hector com Signos e Ciclo sazonal

"O Sol é o regente da Primavera. A partir do primeiro dia da Primavera, a cada dia aumenta o tempo que o Sol permanece acima do horizonte. No último dia da Primavera o Sol alcança o tempo máximo acima do horizonte, e a máxima altura na direção Sul, quando seus raios caem perpendiculares no trópico de Capricórnio. Em 2011 a primavera se inicia em 23 de setembro às 6h04m"

no Jacaré, a primavera vem hoje mas nós a deixaremos seguir até o dia 23 para os mortais pois Campos de Carvalho fez o centauro a cavalo com Rimbaud dizendo "voici le temps des assassins"


Abel do Cavaco da Lapa cumpre o fechamento dessa chamada da primavera com a linda, linda, linda homenagem a Chico Santana e se for falar da Portela hoje não vou terminar