quinta-feira, 29 de julho de 2010

Vamos plantar a festa da primavera

A próxima festa do nosso Bloco será em 18 de setembro com a tradicional saudação à primavera, estação da flores, e, com esse longo tempo até lá, convidamos os leitores a participar da organização da festa com sugestões sobre o título da festa, o tipo de música de decoração, danças e tudo o mais que saia da cabeça de cada um.

Para colaborar, o leitor, que passará a ser escritor, poderá mandar sua colaboração no espaço para comentários abaixo desse texto ou para o endereço jacarevila@gmail.com

Comecemos então colhendo umas flores:


Coleção "Flor do Cerrado" - Mama-cadela - Brosimum gaudichaudii Trec. - Família: Moraceae - Sinônimo: Brosimum glaucifolium Ducke - Fotografia batida dia 16.10.2006, na Rod. MS 377, Km 39,5 -

Continuemos recitando e ouvindo Vinícius de Moraes e Carlos Lira

Primavera

O meu amor sozinho
É assim como um jardim sem flor
Só queria poder ir dizer a ela
Como é triste se sentir saudade

É que eu gosto tanto dela
Que é capaz dela gostar de mim
E acontece que eu estou mais longe dela
Que da estrela a reluzir na tarde

Estrela, eu lhe diria
Desce à terra, o amor existe
E a poesia só espera ver
Nascer a primavera
Para não morrer

Não há amor sozinho
É juntinho que ele fica bom
Eu queria dar-lhe todo o meu carinho
Eu queria ter felicidade

É que o meu amor é tanto
Um encanto que não tem mais fim
E no entanto ele nem sabe que isso existe
É tão triste se sentir saudade

Amor, eu lhe direi
Amor que eu tanto procurei
Ah, quem me dera eu pudesse ser
A tua primavera
E depois morrer

domingo, 25 de julho de 2010

Foi assim, São João mais trinta 2010

Noel foi se chegando, vestido de caipira pela Ilma, e possibilitando a Sônia Cunha e Sergio Rosa abrirem a festa com o poeta da Vila:

Tainara e Maria Clara dançaram desde os primeiros acordes

Sheila e Dona Maria Helena sacodem o ambiente, quente

De Sônia e de Vera, são assim p'ŕa ninguem botar defeito

Enquanto o fole da sanfona animava a festa, Noel se engraça com uma sestrosa paraense

A turma do copo sempre presente na esquina, se fez ídem

As jacarenses e alegria sorrindo

e mais jacarenses "full gas"
Tudo isso ao som do Quinteto Tamanduá, que agitou o formigueiro a la Tim Maia
Olha a cobra, olha a chuva... é a quadrilha jacarense

Da Comunidade dos Macacos, essa linda quadrilha deixou cair


Assim, encantado com a Quadrilha dos Macacos, que nos visitou, Marcelinho da por encerrada a festa, das belas a mais bela
Parabéns, Jacaré, moradores, comerciantes, musicos e convidados

sexta-feira, 23 de julho de 2010

São João mais trinta - Maria Bonita confirma presença

Maria Bonita também confirmou presença na festa:


Luciano, nosso menestrael, sestra e cria para a festa:

Eu sou eu, Jacaré é bicho d`água, o bloco mais sestroso e saudido de
Vila Isabel convida a todos para a sua tradicional Festa Junina. São
João Mais Trinta!
É neste sábado, 24 de julho, a partir das 19hs. O Fred sanfoneiro vai
levar o forró pé de serra lá pro nosso tão querido bairro das calçadas
musicais. Esperamos por vocês, vestidos de caipira!

End: Rua Visconde de Abaeté , esquina com Rua Torres Homem.

Com essa tela de Yole Travassos a preparação da festa está pronta:

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Festa de São João : sábado 24 de julho às 18 horas

A faixa da festa de São João mais trinta anuncia o forró



Rua Visconde de Abaeté com Torres Homem

Vila Isabel

A chamada da festa está sendo um sucesso às margens do Rio Guaíba


Daquela terra,duas prendas já confirmaram presença:
essa:

e essa

terça-feira, 20 de julho de 2010

Sábado - 24 de julho - São João mais trinta

Jacaré convida para o forró:

São João mais trinta

24 de julho - sábado

de 18 às 22 horas

com Fred na sanfona, zabumba, pandeiro e muito mais

Rua Vsiconde de Abaeté com Torres Homem

Traje caipira

Já podemos ver a imagem de como será a festa, com a tela copiada de Everaldo Farias



A esquina do Jacaré terá nesse sábado a festa junina um mês depois de São João animada pelo Grupo de Forró comandado por Fred Michael Tkotz.

Trazendo para a festa a tradição Goiana do Serrado, será servida uma cachaça com jurubeba verde.

E vamos com Luiz Gonzaga : Pagode russo
Ontem eu sonhei que estava em Moscou
Dançando pagode russo na boate Cossacou (bis)
Parecia até um frevo naquele cai e não cai
Parecia até um frevo naquele vai e não vai (bis)
Vem cá cossaco, cossaco dança agora
Na dança do cossaco, não fica cossaco fora (bis)


E com Lamarine Babo:


Pula a fogueira, Iaiá
Pula a fogueira, Ioiô
Cuidado para não se queimar
Olha que a fogueira
Já queimou o meu amor
Nesta noite de festança
Todos caem na dança
Alegrando o coração
Foguetes, cantos e troca
Na cidade e na roça
Em louvor a São João
Nesta noite de folgueto
Todos brincam sem medo
A soltar seu pistolão
Morena flor do sertão
Quero saber se tu és
Dona do meu coração


E com João do Vale


A ema gemeu
No tronco do juremá (2x)

Foi um sinal bem triste, morena
Fiquei a imaginar
Será que o nosso amor, morena
Que vai se acabar?

Você bem sabe
Que a ema quando canta
Vem trazendo no seu canto
Um bucado de azar

Eu tenho medo
Pois acho que é muito cedo
Muito cedo, meu benzinho
Para esse amor se acabar

Vem morena (vem, vem ,vem)
Me beijar (me beijar)
Dá-me um beijo (dá-me um beijo)
Pra esse medo (se acabar)

Para enfeitar a festa, do Irã virá a famosa Salwar para servir a jurubeba:

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Paulo Moura não passou, não passará: virou pássaro alvissareiro... para todos e para sempre.

Essa escrita, de 13 de julho de 2010, do título é de André Vallias e está na belíssima página do Paulo Moura com um fundo musical que nos leva ao choro da saudade e do chorinho musical que fica com a gente.

Paulo Moura (1932–2010)

Uma forte rajada sobre a cidade do Rio de Janeiro anunciava à noite o desfecho de uma lenta agonia...

No sábado, dia 10 de julho, Paulo Moura ainda conseguiu reunir forças para tocar uma última música – "Doce de Côco", de Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho – com seu parceiro de longa data Wagner Tiso, ao lado de sua mulher Halina, o filho Domingos, o sobrinho Gabriel, amigos e admiradores, e alguns pacientes da Clínica São Vicente, maravilhados com aquela inusitada e comovente celebração musical, organizada pelos músicos Cliff Korman e Humberto Araújo.

Uma réstia de sol fazia da exuberante folhagem de jaqueiras um cintilante cenário para a varanda do hospital. O maestro, sereno e sorridente, vestia uma camisa azul e cobria as pernas inchadas e inertes com um manto púpura.
Lembrei-me da última estrofe de um poema que lhe dediquei alguns anos atrás, homenagem diminuta e insuficiente frente à imensa alegria que sua música me proporcionara e ao doce convívio que tive o privilégio de gozar:

mistura e manda
o maestro
pra lá
das bandas
do rio
preto:
aéreo conduz
e sopra
por onde zoar
o pássaro azul
púrpura

Ele se foi na calada da noite, sua memória, no entanto, não há de se calar jamais em nossos corações e ouvidos. Paulo Moura não passou, não passará: virou pássaro alvissareiro... para todos e para sempre.

André Vallias
Rio, 13 de julho de 2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

Serenizou - Paulo Moura

Hoje é dia de ver e ouvir Paulo Moura


Ronda - Paulo Moura e Rafael Rabelo hoje se reencontram e tocam em outra dimensão


E assim vamos ouvindo:

Chorinho p'ra você

Espinha de Bacalhau

Falando de amor
Chorando baixinho - com Artur Moreira Lima



E no encontro com Baden chegam a serenização

Violão vadio
Baden Powell - Paulo César Pinheiro

Novamente juntos eu e o violão
Vagando devagar, por vagar
Cantando uma canção qualquer, só por cantar
Mercê da solidão
Vadiando em vão por aí
Nós vamos seguir,
Outra rua, outro bar, outro amigo, outra mão
Qualquer companheiro, qualquer direção
Até chegar em qualquer lugar
Qualquer que seja a morte a esperar
Jamais meu violão me abandonará
Se eu vivi, foi inútil viver
Já mais nada me resta saber
Quero ouvir meu violão gemer
Até me serenizar

É Paulo pela sua Imperatriz na Sapucaí


Foto da página do Sambario http://www.sambariocarnaval.com

E dancemos todos com Paulo Moura, mas é preciso equilíbrio p'ra não cair

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Copa do mundo com Carlos Drummond e Jairo


Como Copa do Mundo é do mundo e o Jacaré está no mundo, então o assunto vale nesse recesso jacarense no aguardo do forró que há de ser em julho.

Terminada a Copa, nosso jacarense Jairo enviou um lindo texto de Drummond sobre a seleção de 1982 o qual me levou a esse comentário

"Naquele ano de 1982, a torcida apoiava o Jô Soares, que peguntava em seu chato programa:
-- cadê o ponta Telê ?

e foi das melhores seleções que o Brasil teve e, até hoje, não existe mais ponta. Será que Garrincha ficaria sem emprego em 2010 ?

Nelson Rodrigues em 1958, no seu personagem da semana após a
vitória final contra a Suécia, rasgou elogios ao Zagalo pois o formiguinha correu o campo todo mas Didi, o príncipe etíope, foi o escolhido. Vale registrar que, quando convocado por Feola,o povo não perdoou, principalmente os rubro negros que queriam Moacir como titular. Esse Didi tinha a famosa frase do "treino é treino, jogo é jogo" e também, aos que o chamavam de lento, dizia: quem corre é a bola, não eu.

Foram memórias das copas com vitórias e derrotas que me
intrigaram nessa triste sexta da Holanda nos depachando. Uma memória foi a da seleção de 1998 amarelando, até aí tudo normal. Mas ter visto torcedores entrarem imediatamente na dança após o fim da derrota com o sorriso e animação, minha memória não tinha em seus arquivos e pensei : esses não eram torcedores de nada, estavam ali somente para festa.

Na minha memória não estava mas Jairo foi buscar na do Drummond :

-- vi rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de
festejar qualquer coisa.

Ao trabalho pois como mandou o Mestre.

Cordiais saudações

Sergio Rosa"

A crônica do Drummond:

Perder, ganhar, viver

03/07/2006 - Carlos Drummond de Andrade, Jornal do Brasil, 21 de junho de 1982


Vi gente chorando na rua, quando o juiz apitou o final do jogo perdido; vi homens e mulheres pisando com ódio os plásticos verde-amarelos que até minutos antes eram sagrados; vi bêbados inconsoláveis que já não sabiam por que não achavam consolo na bebida; vi rapazes e moças festejando a derrota para não deixarem de festejar qualquer coisa, pois seus corações estavam programados para a alegria; vi o técnico incansável e teimoso da Seleção xingado de bandido e queimado vivo sob a aparência de um boneco, enquanto o jogador que errara muitas vezes ao chutar em gol era declarado o último dos traidores da pátria; vi a notícia do suicida do Ceará e dos mortos do coração por motivo do fracasso esportivo; vi a dor dissolvida em uísque escocês da classe média alta e o surdo clamor de desespero dos pequeninos, pela mesma causa; vi o garotão mudar o gênero das palavras, acusando a mina de pé-fria; vi a decepção controlada do presidente, que se preparava, como torcedor número um do país, para viver o seu grande momento de euforia pessoal e nacional, depois de curtir tantas desilusões de governo; vi os candidatos do partido da situação aturdidos por um malogro que lhes roubava um trunfo poderoso para a campanha eleitoral; vi as oposições divididas, unificadas na mesma perplexidade diante da catástrofe que levará talvez o povo a se desencantar de tudo, inclusive das eleições; vi a aflição dos produtores e vendedores de bandeirinhas, flâmuIas e símbolos diversos do esperado e exigido título de campeões do mundo pela quarta vez, e já agora destinados à ironia do lixo; vi a tristeza dos varredores da limpeza pública e dos faxineiros de edifícios, removendo os destroços da esperança; vi tanta
coisa, senti tanta coisa nas almas...

Chego à conclusão de que a derrota, para a qual nunca estamos preparados, de tanto não a desejarmos nem a admitirmos previamente, é afinal instrumento de renovação da vida. Tanto quanto a vitória estabelece o jogo dialético que constitui o próprio modo de estar no mundo. Se uma sucessão de derrotas é arrasadora, também a sucessão constante de vitórias traz consigo o germe de apodrecimento das vontades, a languidez dos estados pós-voluptuosos, que inutiliza o indivíduo e a comunidade atuantes. Perder implica remoção de detritos: começar de novo.

Certamente, fizemos tudo para ganhar esta caprichosa Copa do Mundo. Mas será suficiente fazer tudo, e exigir da sorte um resultado infalível? Não é mais sensato atribuir ao acaso, ao imponderável, até mesmo ao absurdo, um poder de transformação das coisas, capaz de anular os cálculos mais científicos? Se a Seleção fosse à Espanha, terra de castelos míticos, apenas para pegar o caneco e trazê-lo na mala, como propriedade exclusiva e inalienável do Brasil, que mérito haveria nisso? Na realidade, nós fomos lá pelo gosto do incerto, do difícil, da fantasia e do risco, e não para recolher um objeto roubado. A verdade é que não voltamos de mãos vazias porque não trouxemos a taça. Trouxemos alguma coisa boa e palpável, conquista do espírito de competição. Suplantamos quatro seleções igualmente ambiciosas e perdemos
para a quinta. A Itália não tinha obrigação de perder para o nosso gênio futebolístico. Em peleja de igual para igual, a sorte não nos contemplou. Paciência, não vamos transformar em desastre nacional o que foi apenas uma experiência, como tantas outras, da volubilidade das coisas.

Perdendo, após o emocionalismo das lágrimas, readquirimos ou adquirimos, na maioria das cabeças, o senso da moderação, do real contraditório, mas rico de possibilidades, a verdadeira dimensão da vida. Não somos invencíveis. Também não somos uns pobres diabos que jamais atingirão a grandeza, este valor tão relativo, com tendência a evaporar-se. Eu gostaria de passar a mão na cabeça de Telê Santana e de seus jogadores, reservas e reservas de reservas, como Roberto Dinamite, o iajante não utilizado, e dizer-lhes, com esse gesto, o que em palavras seria enfático e meio bobo. Mas o gesto vale por tudo, e bem o compreendemos em sua doçura solidária. Ora, o Telê! Ora, os atletas! Ora, a sorte! A Copa do Mundo de 82 acabou para nós, mas o mundo não acabou. Nem o Brasil, com suas dores e bens. E há um lindo sol lá fora, o sol de nós todos.

E agora, amigos torcedores, que tal a gente começar a trabalhar, que o ano já está na segunda metade?



Leia também a crônica "Que copa é essa" enviada por Beto Bastos